Soul Calibur V

PLATAFORMA: PS3

EDITORA: Namco

TIPO: Luta

 

Os últimos tempos têm sido de ouro para a "Fighting Scene". Depois de vários anos em que os grandes clássicos andaram perdidos à procura de um estilo que os definisse, outras séries conseguiram ganhar um bom lugar na era do 3D.
Se Virtua Fighter, Fighting Vipers e Tekken foram alguns dos nomes que toda a gente cria jogar nos primeiros anos, foi na era da Dreamcast que o 3D viria a ser definido como o melhor em jogos de luta. Foi com Soul Calibur que na Dreamcast as produtoras viram como o estilo podia funcionar e as potencialidades que podiam vir a ser abertas nos próximos tempos.

Por isso mesmo, não é de estranhar que a era das 128 Bitstenha sido dominada pela série Tekken, Dead or Alive e claro e sem esquecer, Soul Calibur.
Mas a nova geração trouxe uma mudança inesperada: O passado voltou a ser actual com os combates em 2D que voltaram a fazer renascer Street Fighter, e ajudaram a que novos jogos do género subissem e se tornassem novamente populares. Isso não impediu que os jogos de Luta em 3D perdessem o seu espaço, e como tal isso explica que em 2012, tanto Tekken como Soul Calibur estejam de volta e ocupar a ribalta.

Com vários meses até ao lançamento de Tekken Tag Tournament 2, a Namco Bandai abre os Portais com Soul Calibur 5, um jogo que tenta aproveitar o melhor da série com intuito de ser melhor do que o não tão espectacular Soul Calibur 4, mas que ainda assim surpeendeu os jogadores.
Será que os fãs de jogos de luta já tem aqui um marco para começar o ano?

 

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Uma novidade essencial de Soul Calibur 5 é a inclusão do Soul Link, um licença de jogador. Esta licença é a vossa carta de apresentação pessoal que guarda registo de tudo aquilo que fazem durante o jogo, seja no modo singleplayer ou através do online.
Tudo o que fazem, faz com que ganhem pontos de experiência e subam de nível, (ou de escalão de lutador caso estejam a jogar online). Com cada nível ou feito realizado, vão desbloquear mais personagens, cenários, músicas e vários elementos para personalizar e criar as vossas personagens.
Tal como no passado, Soul Calibur 5 oferece vários modos para um jogador, havendo o modo Arcade clássico, onde podem escolher a dificuldade e o tipo de inimigos que vão encontrar, mas que falha em manter um valor real não oferecendo um final para cada personagem. Além do Arcade existem outros modos para jogar e desbloquear, não faltando até um modo de treino bastante completo.

Mas claro que um Soul Caliburnão ia ficar completo sem um modo história onde podem conhecer a história do novo episódio, e o aparecimento de novas personagens. Tendo em conta que não existem finais no modo Arcade, a história tinha de ser explicada de outra forma. Certo? Mais ou menos.
Soul Calibur 5 coloca a sua história a decorrer 17 anos depois de Soul Calibur 4, numa altura em que o mundo está mergulhado numa paz aparente. No entanto, duas facções despertam novamente para o chamamento da Soul Calibur e da Soul Edge, duas espadas que ditam a ordem e caos no mundo.
No meio de tudo isto estão Patroklos e Pyrrha, os filhos de Sophitia Alexandra separados à nascença, sendo que cada um, pelas devidas razões, é levado de encontro às espadas ancestrais.

 


Pelo caminho os dois irmãos vão encontrar velhos conhecidos da série e personagens novas que vieram substituir anteriores ou alargar o rooster.
Tudo isto é contado no modo historia: Story -1607 A.D. - deSoul Calibur 5. Cada combate vai ser intercalado por segmentos de história acompanhados de voz. Infelizmente, este modo é manchado por vários problemas que o impedem de ser uma experiência épica. Para começar grande parte das sequências cinemáticas surgem em forma de ilustrações. Embora sejam interessantes, não conferem o mesmo tom dramático das restantes cinemáticas que utilizam o motor de jogo.
Depois existe o problema da exposição, ou seja, sendo um modo história, era de esperar que este explorasse melhor as personagens e o enredo, mas tal não acontece, uma boa parte das personagens são ignoradas ao longo da campanha o que acaba por ser uma oportunidade perdida e faz com que a campanha seja bastante curta.
Não aparece Mitsurugi, nemCervantes, nem mesmo o convidado Ezio Auditore. Sem dúvida uma decisão infeliz.
Mas se o modo campanha deSoul Calibur 5 deixa algo a desejar, o mesmo não acontece certamente com o jogo em si, pois no que toca à jogabilidade,Soul Calibur 5 é bem capaz de ser o melhor e mais divertido da série até à data.
O sistema de combate mantém-se idêntico, havendo um botão para defender, um para atacar com pontapés/murros e os dois restantes para golpes verticais e horizontais.

A jogabilidade mantém-se veloz e estratégica, misturando ataques rápidos, fortes, grabs, ataques indefensáveis e os mortíferos movimentos de laterais rápidos que deixam o adversário totalmente aberto a um contra ataque. Os Ring Outs continuam a existir, e continua a oferecer a mesma sensação de justiça/injustiça a cada combate onde sucedem.

 


Aprender a jogar Soul Calibur 5é bastante fácil, mas vai demorar muito para aprender a jogar como um pró, e por muito acessível que seja aos novatos, a diferença entre um grande jogador e um banal faz-se sentir.

Para apimentar a jogabilidade aNamco Bandai resolveu incluir agora a barra de especial, a Soul Gauge. Esta barra inclui dois níveis que sobem regularmente ao longo do combate consoante atacam ou levam dano. O Soul Gauge acaba por conferir autênticas reviravoltas aos combates, tornando as disputas ainda mais renhidas e frenéticas. A isto podem juntar o Guard Break que penaliza quem defende mais, e o contra-ataque que bloqueia ataques para realizar um logo de seguida, o que aumenta ainda mais o nível de estratégia.
Mas se a jogabilidade é boa, há que ter boas personagens para a explorar e isso não falta emSoul Calibur 5. Volvidos 17 anos, algumas personagens ficaram para trás, dando lugar a novas.
Em termos de novidades, agora podem contar com Z.W.E.I. eViola como novas personagens, além de Ezio Auditore deAssassin's Creed, que faz uma aparição credível e de qualidade.
Em termos de reciclagem, surge Leixia no lugar de Xiangua como sua filha, Natsu a fazer o lugar da mestre Taki, Xiba como aprendiz de Killik e Pyrrha ePatroklos a misturar Cassandrae Sophitia.
De regresso estão presentes personagens clássicas como Ivy, Voldo, Astaroth e Nightmare.
São mais de 20 personagens disponíveis à partida, mas o lote não se fica por aqui.

 


Caso sejam criativos ou não gostem muito das personagens incluídas em Soul Calibur 5 então podem criar uma ou mais a vosso gosto no modo de criação.
Tal como referi na antevisão, o modo de criação é altamente vasto e repleto de possibilidades, especialmente agora na versão final onde praticamente tudo o que fazem desbloqueia novos objectos para personalizar a vossa personagem.
No modo de criação podem personalizar a vossa personagem desde o estilo de combate até à roupa, voz, altura, cabelo, etc. Não vão faltar variantes de armas e desenhos que podem aplicar às roupas e afins.
Neste momento já foram criadas milhares de personagens, e online é possível ver personagens inspiradas em séries como Dark Souls, Senhor dos Anéis, entre muitos outros, o que mostra a versatilidade deste criador de personagens.

Falta então falar do modo online de Soul Calibur 5, um modo que não pode faltar nos jogos actuais de luta e que surge agora com uma força ainda maior. Quando entram online não vão faltar opções para provar ao mundo que são o melhor guerreiro, seja em combates "amigáveis" ou paraRanking.
É bom ver que a Namco Bandaiseparou o trigo do joio no modo online, havendo muito para escolher antes de começar a combater. Podem escolher com que estilo de jogador querem jogar, a zona do mundo do jogador, o nível da qualidade da ligação e até mesmo qual a zona do ecrã onde querem começar.

Caso prefiram jogar em partidas amigáveis vão gostar de saber que o contador de vitórias e derrotas é independente do modo em que jogam, por isso caso queiram jogar em partidas paraRanking, o número é totalmente independente do modo livre. Quando jogam em Ranking vão competir por níveis que vão do E até ao A, consoante a experiência que vão acumulando.

 


Porém, é na zona dos combates amigáveis que Soul Calibur 5 apresenta uma das ideias mais interessantes que vi online nos últimos tempos. Escolhendo Global Colesseo e a zona do mundo em que querem jogar vão entrar num lobby aberto a todos os jogadores.
Aqui podem deambular com a vossa carta de um lado para o outro para desafiar outros jogadores presentes, falar ou mover para a zona central onde existem torneios ou sequências de combates aleatórios permanentes.
O melhor de tudo isto é que na sua maioria, os combates Online decorrem com pouco ou nenhumLag e em cerca de 30 combates consecutivos, apenas tive uma quebra de ligação ao servidor que nem resultou numa penalização do meu lado, o que mostra que os servidores estão bem preparados para receber grandes combates.
Mesmo não sendo um dos jogos mais impressionantes a nível gráfico nesta geração, Soul Calibur 5 é claramente uma boa evolução frente a Soul Calibur 4, com bons modelos de personagens e uma excelente direcção artística no que toca a fatos, armas e arenas de combate.
Outro ponto positivo passa pela fluidez dos combates que se mantém constante e nunca deixa ficar mal o motor de jogo.
Quanto ao som, podem contar com uma banda sonora épica e de respeito, com uma série de composições orquestrais de grande qualidade e ao bom estilo da série. No que toca às vozes, a versão inglesa está bastante competente, tendo apenas algumas personagens com vozes mais fracas, de qualquer forma, podem sempre mudar as vozes para japonês e jogar com a qualidade que os criadores idealizaram inicialmente.

 


Numa altura em que existem jogos de luta tão bons no mercado, o regresso de Soul Calibur era uma jogada arriscada, ainda para mais com Street Fighter X Tekken mesmo aí à porta.
A verdade, é que por muitas falhas e ausências que o modo para um jogador tenha, Soul Calibur 5 parece mais uma aposta da Namco Bandai na direcção de criar um jogo para agradar aos verdadeiros fãs de jogos de luta que querem competir entre si, do que um jogo que tenta cativar todos os jogadores com inovações arriscadas, e nesse ponto, pouco ou nada há a apontar de mal.
Se são fãs de Soul Calibur mas só jogavam (ou vão jogar) sozinhos, então pensem bem neste investimento, porém, quando jogado com amigos ou Online, este jogo é digno de ser para já, um dos melhores jogos de luta deste ano.

 

 

Classificação:

Gráficos: 91 pts.

Jogabilidade: 94 pts.

Som: 86 pts.

Preço: 83 pts. (preço um pouco alto)

Promenores: 92 pts.

Média de Pts.: 89,2 pts. (Muito Bom)

 

Prós e Contras:

PRÓS:

  • Uma boa fluidez e uma grande direcção atística com animações invejáveis;
  • Tem uma jogabilidade sólida fácil para iniciados e vasta para os proficionais;
  • Uma excelente bonda sonora acompanhada de boas vozes em inglês e japonês;
  • Alguns modos offline, mas é Online e com os teus amigos que vais passar mais tempo;
  • Tens muito que fazer para evoluir a tua personagem personalizada (Soul Link) e um editor de personagens vasto.

CONTRAS:

  • Uma apresentação do modo de história tinha mais impacto;
  • Tem algumas personagems que precisam de serem limadas;
  • Certas vozes são extremamente irritante enquanto outras repetitivas;
  • O modo história é bastanta curto e com poucos modos longos em SinglePlayer;
  • Possui uma ausência de finas em Arcade não compensam o modo história muito básico.